Sondagem ABINEE - Setor Eletroeletrônico

A sondagem de conjuntura da Indústria Elétrica e Eletrônica do mês de junho de 2016 apontou indicadores mais favoráveis em relação às pesquisas anteriores.

Nesta pesquisa, melhorou o comportamento das vendas/encomendas, diminuiu o número de empresas que realizou negócios abaixo das expectativas, reduziram as indicações de demissões e foram verificados ajustes de estoques de componentes e matérias-primas.

Também foi observada melhora nas expectativas, com perspectivas favoráveis para o mês de julho, para o 3º trimestre e para o 2º semestre deste ano, comparados aos iguais períodos do ano passado. Neste último caso, 42% das entrevistadas esperam crescimento e 33% queda.

Ressalta-se que esta foi a primeira vez, desde a pesquisa de fevereiro deste ano, que as expectativas de crescimento para o mês seguinte superaram as perspectivas de queda, ao comparar com igual período de 2015.

Também melhoraram as expectativas de vendas/encomendas para o ano de 2016. Nas pesquisas de abril e maio notou-se maior número de empresas esperando queda do que incremento, situação que se inverteu nesta última sondagem, com 43% das empresas projetando crescimento, e 35%, retração.

Conforme as empresas pesquisadas, as incertezas decorrentes da crise política e econômica que o Brasil atravessa continuam sendo os principais entraves para a recuperação da atividade do setor.

Na sondagem de junho de 2016, aumentou de 27% para 39% o percentual de empresas que verificou crescimento nas vendas/encomendas em relação a igual mês do ano passado; ao mesmo tempo em que reduziu o percentual de empresas que observou queda, passando de 57% para 45%, nas últimas duas pesquisas.

Destaca-se que, desde abril de 2015, as indicações de queda foram superiores as de crescimento. Porém, nesta última sondagem, a diferença entre elas foi a menor de todo este período.

Ao comparar com o mês imediatamente anterior, por dois meses consecutivos, observou-se maior número de empresas que tiveram incremento nas vendas/encomendas em relação às indicações de queda.

Outro indicador favorável foi a redução no número de empresas que tiveram negócios abaixo do esperado, que vem ocorrendo nas últimas três pesquisas, passando de 66%, para 62% e 51%, respectivamente. Porém, é importante ressaltar que este percentual ainda é muito alto, com mais da metade das entrevistadas apontando resultados aquém do esperado.

Nota-se também que vem diminuindo a tendência de desemprego, com queda no percentual de empresas que estão reduzindo funcionários (de 34%, para 27% e para 20% nas últimas três pesquisas) e aumento nas indicações de estabilidade (de 62% para 68% e para 74% no período citado).

Quanto aos estoques, observaram-se ajustes no caso de componentes e matérias-primas, com queda de 7 pontos percentuais nas indicações de estoques acima do normal (25%). Enquanto que nos estoques de produtos acabados o ajuste foi mais discreto.

As exportações têm sido citadas como uma alternativa para algumas empresas para compensar parte da queda do mercado interno. Na sondagem de junho de 2016, 38% das entrevistadas relataram crescimento nas exportações, entretanto, estes resultados vêm oscilando muito nas últimas pesquisas.

Assim sendo, a melhora de alguns indicadores do setor verificados nesta sondagem comparados com os resultados da pesquisa de maio, indica que é esperado crescimento na produção de bens elétricos e eletrônicos em junho de 2016, tanto em relação ao mês imediatamente anterior, como em comparação com o igual mês do ano passado.

Ressalta-se que os últimos dados da produção da indústria eletroeletrônica, apresentados pelo IBGE, mostraram um estreitamento da distância entre os índices apontados no ano de 2016 (linha roxa) e os registrados em 2015 (linha verde). Seguindo esta tendência, mesmo uma pequena queda em junho de 2016 em relação ao mês imediatamente anterior implicará em crescimento na comparação com junho de 2015.

Caso isso ocorra, será a primeira vez desde junho de 2014 em que a produção apresentará resultados superiores a iguais períodos do ano anterior, em que pese a fraca base de comparação.

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Produção Física

Também, na sondagem de junho 2016, foi identificado que a maior parte das empresas (90%) não mostrou dificuldades para adquirir componentes e matérias-primas. Das entrevistadas, 40% perceberam pressões nos preços acima do normal.

Ainda nessa sondagem, 48% das empresas sentiram pressões em outros custos, como de energia, água, impostos, entre outros.

Quanto a financiamentos, 42% das empresas pesquisadas que utilizam recursos para capital de giro tiveram dificuldades na obtenção. Destaca-se que 55% das entrevistadas não recorrem a estes instrumentos.

Conforme as empresas consultadas, a utilização média da capacidade produtiva foi de 69%, considerando 100% a capacidade total da empresa. Este resultado foi 3 pontos percentuais acima do constatado na pesquisa de maio de 2016 (66%).

Também foi identificado nesta sondagem, que apenas 3% das empresas do setor consultadas aderiram ao PPE - Programa de Proteção ao Emprego.

Entre os principais motivos que influenciaram a não adesão ao PPE: 39% das empresas citaram que este programa não é necessário; 30% não acharam as condições oferecidas favoráveis; 20% preferiram manter as regras atuais e 11% indicaram outros motivos, como: falta de condições para cumprir todas as regras do programa; quadro de funcionários totalmente reduzido; não analisaram os benefícios do PPE; decisão por outras medidas, como reorganização da estrutura de RH, incluindo desligamento de colaboradores; entre outros.

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FONTE: ABINEE